4.11.08

pantera negra, belíssima

Vocês não têm noção o hype que tá sendo a votação. Filas em vários lugares dobrando quarteirões aqui - vindo pro trampo, vi duas. Todo mundo pergunta se você vai votar ou se já votou. Eu respondo simpáticamente que não sou norte-americano e sou recebido com um "Ooohh..." do tipo, "Que pena, não pode votar!"
O NYT tem um mapinha muito bacaninha da apuração.
E, quebrando a tradicional imparcialidade política desse blog, participarei uma "Obama Victory Party" organizada por canadenses malucos (que não votam aqui, btw, mas têm opiniões muito firmes e apaixonadas sobre quem deve ganhar essa eleição.
(Em tempo: eu prefiro a Michelle O.)

UPDATE: Tudo bem que eu sou conhecido por já ter chorado em comercial de margarina (ou era de banco?). Mas acho que até o mais cínico dos brasileiros -- e aqui no estrangeiro e na terra do sonho venho descobrindo que o brasileiro é, antes de tudo, um cínico - ficaria emocionado com o que aconteceu ontem. Foi surreal.
Quando anunciaram a vitória, as pessoas começaram a gritar. Ninguém saiu à rua -- esperávamos o discurso da vitória. Veio o de McCain, de derrota. Muito digno, nota 10 pra roupa da Sarah Palin. Mais meia hora de espera, cenas de multidões em Chicago, na Times Square. Ele apareceu e começou o discurso. Até eu, que já ando enjoado da voz do O-man, tive que conceder que foi um discurso emocionante. Quando ele parava, a multidão -- umas 150 mil pessoas num parque de Chicago -- gritava, "Yes we can!". A Oprah, no meio da multidão, chorava. Foi emocionante.
Assim que terminou o discurso, fomos pra rua. Parecia Brasília em 1996(?) quando ganhou o Cristóvam. Ou copa do mundo. Ou panelaço na Argentina. Mas diferente. Decidimos voltar a pé pra casa, cruzando o East Village, Greenwich Village, Union Square e Chelsea. Gritaria, buzinaço. As ruas estavam lotadas de gente comemorando. Carros passavam buzinando. Algumas pessoas dançavam nas esquinas. Grupinhos andando pela rua e gritando "OBAMAAAAA" e "YESWECAN". Gente rindo e fazendo troça em frente aos pubs e bares (a campanha tinha sugerido que a galera acompanhasse a apuração em bares ou em festinhas). Mais gente dançando nas esquinas. A Union Square, uma praça da galera, skatistas e talz, lotaaaaada, um grande carnaval. Hoje descubro que até o povo no metrô surtou. E isso porque era meia-noite e tanta de uma 3a-feira.
Passamos por um grupo de negros, desses bem esterotipados, gangsta-rap style, com roupas largas, boné, e eles comemoravam, "Yo, he's one of us, dude, up there!" Um carro passou e a galera cantarolava uma musiqinha besta: "My president is black... black! black! black!" e urrava de alegria. Foi lindo.

4 comentários:

Anônimo disse...

Arrasmou!

Ricardo disse...

RT @djmulher Obama is the new black

ahahaha

palatino disse...

adorei o update! Nada como um editor in loco (que loco, meu).
PS: e sobre "garota, eu vou pra Califórnia", acabou-se o que era doce, néam? very sad - diz que a culpa é dos latinos locais!

Cam Seslaf disse...

Ai, que inveja! :D

[Gente, quando abriu a janelinha dos comments, apareceu o endereço badladies! Hand to god.]