12.11.08

conte a todo o mundo

Olha, pelo visto, não é só com os títulos de filmes que os Velhinhos de Miami© e cia. gostam de f*der.

Veja bem este cartaz:
Um homem correndo à bout de souffle, uma mulher incógnita. Um vermelho para sugerir uma tensão. Simples, atraente. Bonito, mesmo.

Agora veja este:
Uma paisagem decadente, uma arma, um carro e uma mulher. O título, dessa vez, foi poupado, mas arte...parece uma capa de videogame de quinta, pronta para seduzir adolescentes de 14 anos que foram proibidos de passar a tarde na lan house da esquina. Pois trata-se da versão brasileira do cartaz de verdade.

Não me surpreende, portanto, que Não conte a ninguém, de 2006, tenha praticamente passado batido aqui pelo Brasil. Felizmente eu tive a chance de vê-lo, bem por acaso, nas férias, e já adianto: foi um dos melhores filmes que eu vi esse ano.

Guillaume Canet, praticamente um diretor iniciante, fez uma adaptação excelente do romance Tell no one de Harlan Coben, um thriller que envolve um pediatra devastado pela morte brutal de sua esposa. 8 anos depois, ele recebe um e-mail anônimo e descobre que ela pode estar viva.



Não dá para adiantar muito da história, mas o bom é que, apesar de ser um thriller daqueles em que você esquece do relógio, o filme não se rende aos métodos eletrizantes e hiperadrenalínicos dos americanos. A cena de perseguição, no meio do filme, é magistral - com uma música sutil, nenhum tiro disparado e nenhuma explosão, deveria ser usada nas escolas de cinema para ensinar como fazer um suspense sem apelação.

Está meio difícil de achar nas locadoras, mas se você tiver 17 reais, compre na Livraria da Travessa, ao invés de gastar vendo a Meg Ryan no Cinemark. Vai valer muito mais a pena.

3 comentários:

palatino disse...

achei sua análise do poster brasilien tão bôa: realmente grita videogame de quinta, hahaha. E eu perdi esse filme mas vou correr atrás asap ;)

pupelho disse...

netflixkei!

Anônimo disse...

Vamos estar terminando de ver amanhã que o sono bateu. Achei um pouco bom e agradeço a dica, agora deviam avisar que a Kristin Scott Thomas fala aquele francês todo, porque eu jurava que era uma sósia. Fiquei meio apavorado, mas consultei o IMDB e passou.